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:: Identidade natural 
Central à região serrana do Alto Paiva – as ‘terras do demo’ de Aquilino Ribeiro, Vila Nova de Paiva sita entre concelhos de Moimenta da Beira, Viseu, Sátão, Castro Daire e Tarouca. Mais de 80 por cento do Município estende-se por platitudes acima dos 800 metros, atingindo 1016 metros onde Touro confina à Serra da Nave. Paisagem granítica, ponteada de litologias xistenses, principalmente em Queiriga, é dominada por uma orografia que acusa erosão.
O vigor da invernia contrasta com o Estio moderado a quente – ‘nove meses de Inverno e três de Inferno’, resume o aforismo.
A rede hidrográfica, muito ramificada, é absorvida pelo Paiva – reputado como o menos poluído da Europa –, que desce da Serra da Nave e atravessa o Concelho no sentido Este-Oeste; pelo Rebentão que aflui no Vouga, limite meridional de Queiriga; e pelo Côvo que vem desaguar no Paiva, em Vila Cova-à-Coelheira. O rio desempenha um papel diversificado na economia e sociedade locais: outrora conduzia a dinâmica aos moinhos e pisão, é alfobre de apreciadas pescarias, a cadência perene é suficiente para alimentar as culturas de regadio, e espraia-se de molde a proporcionar estâncias balneares.
As águas transluzem um ‘coalhado de vegetação que emerge das suas entranhas. São plantas aquáticas em tufos vermelhos, alongados, que o rio embala no seu seio (…) Nasceram a aprender o ritmo do rio, cirandam ao sabor da força do seu veio, não lhe estranham os modos ou o correr.’ (I. N. Pignatelli, 1998).
Nas margens de rios e regatos, limados pelas suas águas, os lameiros alimentam a vida animal e vegetal. A altimetrias inferiores, nos vales abrangentes corridos pelos cursos principais, adensa-se a vegetação arbórea, onde também, malgrado a acção antrópica crescente, subsiste uma fáunula diversa que beneficia da salubridade dos cursos fluviais – são lontras e peixe comum de água fria como a truta fário, verdadeiro ícone do Paiva, o bordalo, a boga, o realista, e o eirós.
As serras ora escalvadas ora floridas de queiró, tojo e carqueja, e ponteadas de pinhal, são o refúgio de espécies cinegéticas, desde perdizes e patos bravos a coelhos, lebres e javalis, que baseiam tradições de bom sabor à mesa.

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